Setembro Amarelo
Abra seus olhos por alguns minutos para a dura realidade que lhe apresentamos. Cerca de 1.000 pessoas estão morrendo todos os meses no Brasil pela falta de atenção ao assunto. São em média, só no Brasil, 12 mil suicídios anualmente. No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde, em torno de um milhão por ano. Essa é a segunda maior causa de morte para jovens de 15 a 29 anos e poderia ser evitada ou interrompida, por uma conversa oportuna e mais atenção aos sinais.
O mês de setembro é o mês da prevenção ao suicídio no Brasil. A campanha foi criada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e acontece todos os anos desde 2015. A origem do Setembro Amarelo e o movimento de conscientização contra suicídio começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.
Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente nem a família, nem os amigos de Mike, perceberam os sinais de que ele pretendia tirar sua própria vida. No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país. Jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas. A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscarem ajuda.
Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. O amarelo do Mustang de Mike é a cor escolhida para representar essa campanha. Os veículos de mídia, a internet e as redes sociais tem conseguido trazer mais visibilidade para esse tema, mas ainda é tratado como tabu em muitas regiões do país.
Essa campanha visa trazer informação para a população, disponibilizando diferentes materiais gratuitos pela internet e entrevistas para canais de comunicação. Esses materiais tratam desde dados sobre o suicídio até as formas de como abordar esse tema e identificar pessoas que precisam de ajuda. Alguns exemplos são caminhadas, palestras, balões amarelos, pontos turísticos e edifícios públicos iluminados, distribuição de folhetos e atendimentos em locais públicos.
Não é preciso estar ligado ao CVV ou a outra instituição para se mobilizar. Empresas devem fazer ações internas, distribuir materiais informativos disponíveis no site: www.setembroamarelo.org.br e promover palestras. Órgãos públicos podem iluminar fachadas de prédios com a cor que simboliza essa causa, promover atividades, falar sobre prevenção nas unidades de saúde e escolas. Cada pessoa pode se mobilizar usando uma fita amarela ou vestindo amarelo, levantando o tema em seus grupos e buscando informações confiáveis sobre o assunto.
Como identificar?
Falar sobre o assunto é a melhor solução. As pessoas não costumam compartilhar seus sentimentos com as demais, pois enfrentam um grande tabu para lidar com o tema. Por isso, entender bem este problema é um grande passo para ajudar a salvar vidas.
Alguns pontos onde podemos identificar o problema:
- Quando perceber que uma pessoa não demonstra mais interesse por coisas que gostava;
- Apresentar queda de produtividade;
- Isolar-se de amigos e familiares;
- Descuidar-se da aparência;
- Falar muitas frases relacionadas à morte.
Ao perceber esses sinais é preciso lembrar que essas pessoas necessitam de ajuda profissional, pois eles saberão exatamente como a tratar da melhor forma. Mas também precisam de empatia, ofereça uma conversa, um ombro amigo, livre de julgamentos. O mais importante é o respeito pela dor do próximo, não julgue ou invalide as causas, só cabe a ela o significado de seus sofrimentos. Se informe e se solidarize para assim poder ajudar.
Atenção: Se você precisa de ajuda, ligue para o Centro de Valorização da Vida pelo telefone 188 ou procure-os na internet. Você terá apoio emocional de maneira sigilosa. Peça ajuda para a sua família, amigos, em alguma ONG da sua cidade ou onde você se sinta confortável em conversar. Você não está sozinho!
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