Cidades do Futuro

Mais da metade da população mundial, atualmente em 7,5 bilhões de pessoas, vivem em centros urbanos. Até 2050, esse número deve chegar a 68%, com uma população mundial que ultrapassará 10 bilhões de habitantes. Considerando esses dados, a superlotação das cidades é uma das questões mais atuais, alertando para um planejamento da infraestrutura das cidades do futuro.

O grande aumento da urbanização, impulsionado pela busca de melhores empregos, oportunidades de negócios e conveniência, aponta um crescimento das megacidades, que são aquelas que comportam mais de 10 milhões de habitantes. Dentro desse contexto, a análise de dados, os algoritmos, os sistemas de transporte e as novas tecnologias causam um impacto cada vez maior na forma como as pessoas se relacionam com os espaços urbanos, algo que influenciará diretamente a vida de todos nós.  

O principal desafio relacionado a idealização da construção de novos espaços e também da modernização das estruturas urbanas já existentes, é como acompanhar a constante transformação das necessidades do homem, bem como acompanhar o desenvolvimento de novas tecnologias e como ambas se relacionam entre si e com o tempo. Pela definição da Comissão Europeia (CE), uma cidade inteligente é um lugar onde as redes e serviços tradicionais se tornam mais eficientes. Para isso adotam tecnologias digitais e de telecomunicações para o benefício de seus habitantes e negócios. Porém, cidades inteligentes vão muito além da tecnologia e alguns pontos principais vêm sendo discutidos nos últimos anos. 

O escritório de planejamento urbano Skidmore, Owings Merrill (SOM) projetou a cidade desse futuro próximo, baseado em lições do passado e antecipando desafios do futuro. Ela segue 10 princípios básicos:

ECOLOGIA

O projeto da cidade futura tem como base as forças e os elementos naturais, preservando-se o hábitat da fauna silvestre e os recursos básicos. A cidade é compacta e adensada, de modo a restringir o impacto ambiental.

ÁGUA

A proteção dos mananciais e a captação da água de chuva asseguram o suprimento de água. A recuperação de terrenos úmidos e as iniciativas de permeabilização protegem contra as inundações.

ENERGIA

Na cidade do futuro, a energia vem de fontes totalmente renováveis. A eletricidade é gerada na própria cidade ou nos arredores, garantindo assim a autossuficiência. Os edifícios da mesma área partilham os recursos energéticos.

LIXO

O lixo é um recurso para a geração de energia ou como fonte alternativa de materiais. Aterros abandonados são descontaminados para novo uso. O esgoto e a água servida são tratados para irrigação e consumo humano.

ALIMENTOS

As práticas de sustentabilidade são obrigatórias em todo o ciclo de vida dos alimentos – produção, distribuição, descarte. Padrões globais regulamentam o cultivo orgânico e o trato aos animais, privilegiando os produtores locais.

MOBILIDADE

Os deslocamentos são mais baratos, seguros e convenientes, graças a tecnologias de automação e aos sistemas de transporte coletivo rápido. Há uma diminuição dos carros nas ruas, e um aumento das vias reservadas aos pedestres.

CULTURA

O patrimônio histórico é conservado e celebrado. As atividades recreativas, artísticas e de entretenimento são compartilhadas por meio de equipamentos de realidade virtual ampliada.

HABITABILIDADE

A cidade do futuro é concebida para oferecer acessibilidade e segurança. Os habitantes vivem de forma mais saudável graças à maior acesso a áreas verdes, serviços e tecnologias automatizadas.

INFRAESTRUTURA

Com métodos mais eficientes, os edifícios incorporam tecnologias que apuram a qualidade dos recursos naturais, como água, solo e ar. A infraestrutura é concebida em função dos pedestres, com acesso restrito a carros

ECONOMIA

A economia deve funcionar em sintonia com as políticas de sustentabilidade. As pessoas se adaptam a um horário de trabalho mais flexível à medida que surgem tecnologias de automação e inteligência artificial.

Fonte: National Geographic:
https://www.nationalgeographicbrasil.com/cidades-do-futuro